Evitando bolhas de negatividade
O conselho de carreira que ninguém quer ouvir, mas todo mundo precisa.

Esse post é baseado em um dos melhores artigos que li esse ano e que tenho tentado seguir. Sim, é um exercício constante e para mudar esse comportamento leva tempo. Afinal, somos humanos e reclamar é inerente.
No texto do Marc Brooker, ele toca em um ponto que a maioria das pessoas prefere ignorar (ou que não se atentaram ainda), que são as pessoas e grupos que você escolhe ouvir, dar atenção e participar moldam de forma silenciosa a sua ambição, a sua energia e a sua capacidade de evolução.
E uma grande verdade é que se você passa tempo demais em ambientes e/ou grupos onde o normal é reclamar, você vira parte do problema, mesmo achando que está só desabafando.
Evitando o ruído negativo
“If I could offer you a single piece of career advice, it’s this: avoid negativity echo chambers.”
Grupos onde a reclamação reina vão drenar sua capacidade de pensar com clareza e será criada uma distorção onde todo desafio parece muito complicado, toda empresa é tóxica e todo líder é incompetente.
Você pode não perceber, mas a sua ambição é enfraquecida por osmose.
E a verdade é simples, pessoas que vivem reclamando não progridem e também não querem que você progrida.
E é aí que o pessimismo em grupo vira identidade.
“Sometimes, it becomes a cultural norm… pessimistic people end up dominating.”
Essa é a real, quando a negatividade vira a linguagem comum, quem tenta construir algo novo se torna o ingênuo que não conhece o ambiente que trabalha.
E na minha opinião, esse tipo de grupo/comunidade é bem confortável para quem desistiu silenciosamente da própria evolução. Se você está cercado disso, você com certeza já sabe. E sabe também que, quanto mais tempo passa, mais difícil se desligar dessas comunidades.
Outra grande verdade é que reclamar com pares também não adianta e essa é uma das frases mais verdadeiras do texto:
“DMing away about how much things suck doesn’t make change.”
Sair mandando mensagem privada para seus pares pode criar a sensação de ação, mas a real é que não. Ainda mais se é um problema cultural e/ou estrutural da empresa. No fim, é autoengano com um custo emocional alto.
Quando você passa um tempo demais alimentando essas conversas de bastidores, está tentando dizer para si mesmo que está tentando melhorar… mas, na prática, só está mantendo o status quo. É um vício que parece inofensivo, mas destrói clareza e motivação.
Vale ressaltar que o oposto também é prejudicial:
“Positive echo chambers can be bad too.”
Sim, entusiasmo e positivismo cego é tão tóxico quanto o pessimismo crônico. O ponto central não é ser positivo e good vibes o tempo todo. É ter clareza da situação.
Todo esse otimismo sem ação gera ilusão e a negatividade sem ação gera corrosão e entre esses dois extremos está o único caminho que importa, a realidade com movimento.
E como sair desse ciclo?
O Marc propõe algo bem direto:
“If more than 20% of the content is negative, I move on.”
Marc também define um limite objetivo para se livrar desses ambientes e você não precisa se explicar, não precisa convencer ninguém, é só sair. Se você está consumindo e interagindo de forma negativa mais de 20% do seu tempo ou mais de 20% das conversas são só reclamações, você já sabe o que isso está fazendo com seu cérebro e com seu ânimo.
Meu conselho aqui é fazer uma reflexão do que você consome em mídias sociais (principalmente LinkedIn) e em grupos/comunidades que você participa hoje e se você achar que é tóxico, saia. Novamente, você não precisa se explicar, nem convencer ninguém.
Outra saída é onde você vai e deve colocar sua energia:
“Spend your energy at work doing great work and improving. Or, do the minimum and disconnect.”
Em uma tradução livre “Gaste sua energia no trabalho fazendo um trabalho bacana e sempre melhorando, ou faça o mínimo e desconecte” e ponto final.
Esse clima morno onde você nem cresce, nem descansa e nem se preserva não leva a nada, só estagnação.
Se quer evoluir, aprenda, construa, se exponha ao que te desafia. Se aproxime de pessoas que constroem, que tentam, que erram, que corrigem e que seguem nesse ritmo. Isso vale para pessoas no seu trabalho ou de comunidades.
O que não dá é tentar justificar essa estagnação com discursos sobre “como o mercado é cruel” ou “como ninguém sabe o que faz”. Infelizmente, esse discurso só te faz continuar na mesma.
Pontos finais
Como disse inicialmente, é difícil quebrar esse ciclo e a maioria das pessoas subestima o impacto das comunidades que fazem parte e o conteúdo que consomem.
Você pode ser super competente, ser ótimo tecnicamente, mas se a sua referência diária são grupos onde as pessoas são frustradas e beiram o cinismo, não existem atalhos, mentoria e nem ajuda profissional que ajude.
Meu conselho é, se quiser evoluir, remova todo o ruído negativo, saia de grupos, faça uma boa limpa em suas redes sociais, não dê bola para aquele colega de trabalho que só sabe ver o lado negativo das coisas e comece a se aproximar de quem está construindo e evoluindo.

